sábado, 18 de dezembro de 2010

UM DIÁLOGO


Às vezes nos pegamos a pensar sobre determinadas coisas da vida e, meio que sem saber os reais motivos, ficamos surpresos...

Tenho um garotinho, meu amigão, meu filho. Ele tem cinco anos apenas, chama-se Heidegger e é muito perspicaz.

O cara já freqüenta a escola. Terminou o Nível IV do Ensino Infantil. Lá na escola ele tem seus companheiros, colegas, amigos... E nessa turma existem também determinados animais com os quais dialoga diariamente e, vez por outra, os alimenta. Sou eu quem o leva a escola e todos os dias visitamos o “mini-zoo”, um pequeno espaço habitado por 05 galinhas, 04 pombos, 02 periquitos e dois periquitos australianos... É uma tarefa, uma responsabilidade.

Esses pequenos animais não só fazem parte da rotina do Heidegger; eles também fazem parte do mundo dele... Existe uma interação fantástica entre esses seres, entre essas naturezas tão próximas e tão distintas.

Desde o simples “bom dia” até as novidades e expectativas vivenciadas por ele, se percebe que essas são realidades partilhadas por ele antes do início da aula. E eu também adentro neste mundo da imaginação e da fantasia da criança. O pequeno consegue projetar idéias sobre a compreensão do mundo daqueles animais que me fazem viajar numa realidade nova e mística.

No fim do ano letivo deste ano ficou nele a certeza de que encontrará seus colegas no ano seguinte. No entanto, pairou nele uma dúvida quanto ao reencontro com aqueles animais. E, por essa razão, presenciei uma despedida e um sentimento de saudades que brotara naquela criança quando estava a se despedir dos seus amiguinhos de natureza não-racional.

Assim compreendi que um mundo criado no interior de uma determinada pessoa, por mais ingênua que seja, é algo tão complexo que a razão humana ainda não está próxima de desvendar tamanhos mistérios.

O que o atrai naqueles animaizinhos? Como consegue tamanha empatia com quem não dialoga com a mesma linguagem? Que importância representa para aquela criança o fato de anunciar sua chegada a escola e partilhar determinadas situações com aquelas criaturas?

Heidegger já encontra-se em férias... Nas suas andanças pela cidade, já se deparou com alguns de seus amigos de turma. Relembra a escola, brinca bastante com seus parceiros... Mas, em forma de murmúrios não esquece de me perguntar: - Papatinho, (é assim que ele me chama) quem está cuidando dos animais do mini-zoo?

Um comentário:

Professor Rômulo Targino disse...

Com certeza testemunho a dedicação que tens a sua familia, a educação primordial esta no lar, a escola complementa, ensnar aos filhos a amar a natureza é um imenso exemplo de educação familiar. Parabéns!!!